Por Maria Lucia Victor Barbosa em 25 Jan 2013
Bastou o intervalo das festas de fim de ano, das férias nas praias ou no exterior – quando ninguém pensa em dívidas, contas a pagar, despesas que virão – para que Lula da Silva ressurgisse do conveniente mutismo e retomasse os preparativos para sua "trieleição".
De fato, o ex-presidente nunca deixou de exercer o poder. Recorde-se que tentou impedir o julgamento do mensalão chantageando o ministro Gilmar Mendes para que esse adiasse o julgamento. Como isto não funcionou ordenou ao Congresso que realizasse a CPI do 'Cachoeira', uma espécie de cortina de fumaça para desviar a atenção do público das condenações dos quadrilheiros do PT, que poderiam atrapalhar as eleições municipais de 2012. A CPI acabou condenando apenas o senador Demóstenes Torres e prendendo o contraventor sem que nada acontecesse à DELTA e a grande rede nacional de políticos envolvidos na trama. Deste modo, a farsa se converteu em um dos maiores espetáculos, de degradação moral e cívica, já apresentado pelo Congresso Nacional.
Consta também que a presidente Rousseff, gerente de apagões e 'pibinhos', não dá um passo sem consultar seu chefe e inventor, que assim demonstra quem é o verdadeiro presidente da República.
Contudo, após as acusações de Marcos Valério que indicaram Lula da Silva como chefe e beneficiário do "mensalão", este se calou. Especialmente, foi depois da eclosão do fragoroso escândalo no qual ficou demonstrado que a amante, Rosemary Nóvoa de Noronha, não só desfrutava de maravilhosas viagens presidenciais pagas por nós, os otários contribuintes, mas nomeava através do "tio Lula" uma quadrilha de trambiqueiros, falsificadores, fraudadores de pareceres, que o ex-presidente deu de fugir da imprensa. Fato grotesco ocorreu em Barcelona, quando o poderoso chefão Lula bateu em veloz retirada através da lavanderia do hotel em que se encontrava hospedado e escapuliu dos repórteres pela porta dos fundos.
Agora, enquanto o povo em férias se entretém com os preparativos do carnaval, Lula da Silva emerge anunciando futuras caravanas pelo Brasil. Ao mesmo tempo, faz saber que assumirá as negociações com a base aliada. Portanto, após ter nomeado o ministério de Rousseff, na prática, está demitindo a fiel Ideli Salvati de suas funções de ministra das Relações Institucionais, ou seja, um ministério que é uma espécie de balcão de negócios, posto muito conveniente para quem é candidato.
Além do mais, para mostrar quem manda de verdade, Lula da Silva se reuniu com seu outro 'poste', o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, e secretariado para dar as ordens e ministrar lições de populismo.
Em países de instituições sólidas, poderes independentes e igualmente fortes, e de oposição para valer, tal avacalhação é impensável. Mesmo no Brasil, nenhum ex-presidente chegaria a tanta desfaçatez e lambança. Mas, na Lulândia tudo é permitido porque o povo elegeu e continua aplaudir o grão senhor Lula. Algo que faz parte da nossa "cultura da avacalhação", desde os tempos coloniais.
Além do mais, como não existe oposição, exceto uma ou outra voz solitária, Genoino, um dos condenados petista do mensalão tomou posse como deputado federal decretando o fim da ficha limpa. Se isto foi legal, como dizem seus defensores, foi imoral e abjeto.
Em outra manifestação típica da Lulândia, membros do PT, inclusive, e a juventude petista organizaram um jantar com o objetivo de arrecadar fundos para pagar as multas dos companheiros criminosos condenados. Alguns militantes acreditam ou fingem acreditar que os companheiros quadrilheiros, coitadinhos, foram injustiçados, condenados sem provas, vítimas da imprensa maldosa e da oposição que não existe. Por sua vez, a CUT, braço sindical do PT, fez ato para anular sentenças do STF. Hilariante piada de salão como diria Delúbio Soares.
Enquanto segue a politicagem, por mais que o ministro Mantega distorça e fraude dados da economia e faça mágicas para adulterar resultados, a inflação acelera, progride a inadimplência, aumenta a devolução de cheques sem fundo.
Com a projeção do endividamento da Petrobrás, virá o aumento dos combustíveis tantas vezes adiado politicamente e com ele mais inflação, apesar de que os reajustes previstos apenas amenizarão a piora do endividamento.
Acrescente-se que as previsões da economia para 2013 não são das melhores. Segundo, por exemplo, Flávio Castelo Branco, gerente executivo do Núcleo de Política Econômica da Confederação Nacional da Indústria (CNI): "Se a economia seguir um padrão fraco como o de 2012, a desaceleração alcançará o mercado de serviços e aí podemos ter uma contaminação do mercado de trabalho".
Rousseff está em campanha e fez comício em cadeia nacional de rádio e TV para anunciar redução de tarifas de energia. Entretanto, no cenário sombrio que se desenha para a economia de 2013, a quem o povo recorrerá como salvador da pátria? É fácil adivinhar. Que o digam os invasores do Instituto Lula que não perderam tempo indo à Brasília.